sábado, 24 de dezembro de 2016

Presépio de Francisco de Assis


O presépio é talvez a mais antiga forma de caracterização do Natal. 
Sabe-se que foi Francisco de Assis, na cidade italiana de Greccio, em 1223, o primeiro a usar a manjedoura com figuras humanas e com animais de verdade formando um presépio.
A ideia surgiu enquanto o Francisco lia, numa de suas longas noites dedicadas à oração, um trecho de São Lucas que lembrava o nascimento de Cristo. Resolveu então montá-lo em tamanho natural, em uma gruta da cidade. O que restou desse presépio encontra-se atualmente na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma.
Foi uma novidade.
Francisco trouxe o mistério do Natal para os olhos humanos. Entrou no mistério litúrgico e transformou a festa do Natal.
Hoje minha casa é cheia de presépios. Eu pessoalmente os coleciono.
Mas gosto de refletir, assim como Francisco, no Mistério do Natal a partir do presépio. Ele auxilia minha espiritualidade e minha contemplação.
O Natal deveria ser a maior festa judaica, uma vez que é o nascimento do Messias tão esperado e amado pelos judeus. 
Celebramos a chegada do Natal com Festa e alegria. 

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

A Espiritualidade da Franciscana Isabel da Hungria

A Espiritualidade da Franciscana Isabel da Hungria
falecida em 17 de novembro de 1231
Jovem viúva de 20 anos, Isabel foi expulsa de seu castelo com os quatro filhos pequenos e só conseguiu alojamento num depósito, ao lado dos porcos. 
Nessa situação,  mandou cantar um Te Deum, para agradecer a 
Nosso Senhor a graça de sofrer em união com Ele.
Isabel nasceu em 1207, na Hungria. Aos 4 anos, entrava na capela do castelo, abria o grande livro dos Salmos, e ainda sem saber ler, olhava-o longamente e passava muitas horas recolhida em oração. Ao brincar com outras meninas, procurava algum jeito de encaminhá-las para a capela. Quando esta estava fechada, beijava-lhe a porta, a fechadura, as paredes, pois, dizia ela, "Deus lá dentro repousa".
Antes de completar dez anos, perdeu a mãe, a Rainha Gertrudes. Na mesma época, faleceu também seu protetor, o Duque Herman, o qual era pai de seu futuro esposo e a tratava como filha, amando-a justamente por sua piedade inocente e graciosa.
Aos 13 anos de idade, realizou-se seu casamento com o poderoso e não menos piedoso Duque Luiz da Turíngia, ao qual havia sido prometida desde tenra infância.
Isabel fazia bom uso da imensa riqueza de seu esposo, distribuindo aos pobres generosas esmolas. Isto causava profunda irritação a muitas pessoas da corte, sobretudo aos seus dois cunhados, Henrique e Conrado. Acusando-a de estar "dilapidando o patrimônio familiar", estes não perdiam oportunidade de tentar fazer-lhe mal.
E ela, por sua vez, não se contentava em simplesmente dar moedas ou alimentos. Seu amor a Deus a impelia a ações muito mais generosas.
No ano de 1226, estando seu esposo na Itália com o Imperador Frederico II, uma terrível fome assolou toda a Alemanha, sobretudo a Turíngia. Pelas matas e campos, andavam multidões de infelizes à procura de raízes e frutas para se alimentarem. Bois, cavalos e outros animais que morriam eram logo devorados pelos homens famintos. Em breve a morte começou sua ceifa. Pelos campos e estradas, amontoavam- se os cadáveres.
Nessa terrível situação, a única ocupação de Isabel, dia e noite, era socorrer os infelizes. Transformou seu castelo na "morada da caridade sem limites", como escreve um de seus biógrafos. Distribuiu aos indigentes todo o dinheiro do tesouro Ducal. Vencendo a oposição de alguns administradores egoístas, mandou abrir os celeiros do castelo, e ela mesma dirigiu a distribuição de tudo, sem nada reservar para seus próprios familiares. Com equilíbrio e bom senso, fazia dar a cada necessitado uma ração diária. Aqueles que, por fraqueza ou doença, não conseguiam subir até o castelo, eram objeto de uma solicitude especial de parte da Santa: ela descia para ir pessoalmente socorrê-los no sopé da montanha.
Fundou três hospitais para auxiliar os doentes: um para mulheres pobres, outro só para crianças, e um terceiro para todos em geral.
Onde havia um agonizante, lá estava ela, a fim de ajudá-lo a morrer bem.
Passado esse terrível período de desolação, ela reuniu os homens e mulheres em condições de trabalhar, providenciou sapatos, roupas e ferramentas para os que não tinham, e ordenou que fossem para o campo cultivar. Em breve voltaram os bons tempos de fartura e ela pôde ver com alegria o trigo encher os celeiros e o sorriso voltar aos lábios de toda aquela gente.
Em Santa Isabel, reluz muito a solicitude para com os necessitados. Mas ela era exímia na prática de todas as virtudes. Poucas pessoas levaram tão longe quanto ela o desapego aos bens desta terra e a conformação amorosa com a vontade de Deus. Esposa exemplar, unida em matrimônio com um marido modelar, a ele dedicava todo o afeto natural e legítimo de seu nobre coração. E era retribuída na mesma proporção. Muito mais do que isso, porém, unia-os o amor a Deus, o desejo de perfeição.
Nesta perspectiva, compreende-se com facilidade a dor da separação, quando o Duque da Turíngia partiu para a Cruzada, em 1227. Sofrimento incomparavelmente maior quando, pouco tempo depois, recebeu a notícia de que ele havia falecido antes mesmo de chegar à Terra Santa.
Esse era, porém, apenas o início de uma cascata de sofrimentos. Agora ela não tinha mais a proteção de seu virtuoso esposo. Disso se aproveitaram seus dois cunhados para deixarem expandir o ódio que lhe tinham. No mesmo dia a expulsaram do castelo, sob um frio muito rigoroso, com os quatro filhos pequenos, sem lhe permitir levar qualquer dinheiro, agasalho ou alimento. E num requinte de crueldade, proibiram, sob severas penalidades, que qualquer habitante da cidade lhe desse abrigo.
Após bater sem resultado em inúmeras portas, um taberneiro - condoído, porém, temeroso de represálias - acolheu-a, mas oferecendo-lhe como albergue uma espécie de cavalariça que servia também de chiqueiro! Deste modo, a Duquesa e filha de Rei viu-se reduzida a passar a noite, com os filhos, na companhia dos porcos, agasalhando- se nos utensílios de montaria para não morrer de frio.
No dia seguinte, pessoas caridosas e de caráter levaram-lhe alimentos. Uma noite e um dia passou ela nesta "pousada dos porcos", onde foi altamente recompensada por uma aparição de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Um velho sacerdote das redondezas ofereceu-lhe alojamento, não dispondo senão de um miserável casebre. Certo dia, a santa Duquesa visitou o convento dos Frades Menores para pedir... Auxílio? Não. Pediu-lhes para cantarem um Te Deum, na intenção de agradecer ao Senhor a graça de participar nos seus sofrimentos!
Por ordem de seus cunhados, alguns esbirros arrancaram-na daquele miserável abrigo, para mantê-la aprisionada em péssimas condições nas dependências de um velho castelo.
Após alguns meses de indescritíveis sofrimentos, sua tia Matilde, abadessa de Kitzing, tomou conhecimento desses fatos e enviou mensageiros com duas viaturas para levá-la com os filhos para o seu convento.
Passado pouco tempo, seu tio Egbert, Bispo-Príncipe de Bamberg, lhe comunicou uma proposta de casamento com o Imperador Frederico II, o mais poderoso soberano da época. Mas Isabel tinha ambições muito maiores! Seu coração estava todo voltado para o Infinito, nada nesta terra podia satisfazê-lo.
Passados poucos dias, regressaram à Turíngia os cavaleiros que tinham acompanhado o Duque Luiz à Cruzada. Apresentando-se a Conrado e Henrique, censuraram-lhes corajosamente a dureza e crueldade com que haviam tratado a viúva e os filhos de seu próprio irmão. Os dois culpados não resistiram à franqueza altiva dos seus vassalos. E, chorando, pediram perdão a Isabel, restituindo-lhe todos os bens de que a haviam despojado.
Isabel mandou construir ao lado do convento dos Frades Menores uma casa modestíssima - apelidada de "palácio de abjeção" pelos parentes de seu falecido marido - na qual se instalou, com os filhos e os serviçais que lhe permaneceram fiéis.

Na Sexta-Feira Santa de 1229, fez votos na Ordem de São Francisco, e tomou o hábito das Clarissas. Tendo edificado para si apenas uma pobre morada, empregou seus recursos em construir igrejas para Deus e hospitais para os doentes pobres, dos quais ela mesma passou a cuidar dia e noite, com mais carinho e solicitude do que antes. Deus concedeu-lhe a graça de servir aos desvalidos, não somente o pão para o corpo, mas também o esplendor da sua própria luz, através dos milagres que realizava por seu intermédio.
Certo dia, encontrou um menino estropiado e disforme, estendido na soleira da porta de um hospital. Além de surdo-mudo, ele não conseguia andar senão de quatro, como um animal. A mãe deixara-o ali, na esperança de que a boa Duquesa dele se apiedasse e o acolhesse. Logo que o viu, Isabel abaixou-se para acariciar-lhe os cabelos sujos e revoltos. E perguntou-lhe:
- Onde estão teus pais? Quem te deixou aqui? Não recebendo resposta, repetiu as perguntas. Mas o pobre ente apenas a fitava com olhos arregalados. Desconfiando de alguma possessão diabólica, ela disse em alta e clara voz:
- Em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, eu te ordeno, a ti ou a quem em ti estiver, que me respondas de onde vens!
No mesmo instante, o menino ergueu- se e - ele que não havia aprendido a falar! - explicou-lhe com desembaraço sua triste vida. Depois, caindo de joelhos, pôs-se a chorar de alegria e louvar a Deus todo-poderoso.
- Eu não conhecia Deus, nem sabia de sua existência. Todo o meu ser era morto. Não sabia nada. Bendita sejas tu, senhora, que obtiveste de Deus a graça de não morrer como até o presente vivi. A estas palavras, Isabel pôs-se também de joelhos para agradecer ao Senhor, junto com o menino, e, por fim, recomendou-lhe:
- Agora volta para teus pais e não digas nada do que te aconteceu. Diz apenas que Deus te socorreu. Guarda-te sempre do pecado para não acontecer de voltares a ser o que eras.
A notícia desse milagre correu como um rastilho de pólvora, espalhando por toda a Turíngia a fama de santidade de Isabel. Em consequência, aumentou o número dos que a ela recorriam. E Deus dignava-Se de, por sua intercessão, atender a todos.
No dia 16 de novembro de 1231, Isabel adoeceu. Após receber a unção dos enfermos e o viático, Nosso Senhor lhe apareceu e revelou-lhe que dentro de três dias viria levá-la para o Céu. Depois desta visão, seu rosto ficou tão resplandecente que era quase impossível fixar-lhe os olhos.
Ao primeiro canto do galo do dia 19, ela disse: "Eis a hora em que Jesus nasceu de Maria Virgem. Que galo imponente e lindo seria aquele, o primeiro a cantar naquela noite maravilhosa! Ó Jesus, que resgatastes o mundo, que resgatastes a mim!"
Em seguida, disse baixinho: "Silêncio... Silêncio!..." E deixou pender a cabeça, como se dormisse. Sua alma acabava de entrar na glória celeste.


Texto baseado em: QUEIROZ, Antonio. Revista Arautos do Evangelho, Nov/2004, n. 35, p. 22 à 25)


terça-feira, 4 de outubro de 2016

Francisco: O homem morto.

Francisco: O homem morto.
Dia de memória da morte de Francisco de Assis –  04 de outubro


Todo debilitado, com voz fraca, sumida, entoa Francisco o Salmo 142: “Com minha voz clamei ao Senhor…”. O Salmo vai sendo entoado pouco a pouco, e ao chegar ao versículo “Arranca do cárcere minha alma, pra que vá cantar teu nome, pois me esperam os justos e tu me darás o galardão”. Faz-se grande e profundo silêncio. Acabara de morrer, cantando, Francisco de Assis. Quem é este que transfigura o trauma da morte em expressão de liberdade tão suprema? Desaparece o sinistro da morte. E Francisco vai ao seu encontro como quem vai abraçar e saudar uma irmã muito querida (Sermão proferido por Frei Nilo Agostini, na Festa de São Francisco de Assis, 04/10/1991).
No dia 03 de outubro de 1226 faleceu Francisco de Assis. A igreja comemora o dia 04 de outubro. A morte vem para todos. Romanos 6.23 - Pois o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor.
Francisco já havia morrido. Morreu para o mundo quando aceitou Jesus como Senhor e Salvador e colocou o Evangelho como regra de sua vida. Descobriu um caminho velho e novo: caminhou pela ladeira do arrependimento.  Já era um homem morto. Totalmente morto.
Com isso, vivia crucificado com Cristo. Tinha a mente de Cristo. Podia dizer como Paulo: não mais vivo eu, mas este viver que agora tenho na carne vivo pela fé em Jesus Cristo que me amou e morreu por mim.
Este é o segredo de Francisco. Vivia como morto. Por isso não valorizava o dinheiro, o lucro, a ganancia, a briga, as cruzadas, os cargos eclesiásticos.
Como morto, preferia valorizar as borboletas, os pássaros, a água, o fogo, o vento, os homens, os vivos e os mortos.
Como morto fazia liturgias, orações, cânticos. Era extremamente feliz. Já havia perdido tudo. Não possuía mais nada. Andava como morto. Morreu para o mundo e estava vivo para Deus.
Talvez tenha sido o homem mais vivo que eu ouvi falar. Era vivo para as coisas de Deus. Era vivo por que já havia morrido e sua vida estava oculta com Deus em Cristo Jesus.
Sua morte corporal foi apenas uma troca de roupa. Abraçou o Pai e beijou Jesus. Sua paixão era Deus, o criador, que tanto lhe inspirou a dizer: “Louvado seja meu Senhor!”









domingo, 25 de setembro de 2016

O QUE SIGNIFICA SER UM FRANCISCANO EVANGÉLICO

13445663_529780280556666_5970598303304328380_nMinha caminhada com Francisco de Assis começou há alguns anos atrás. Fui apresentado ao místico pobrezinho de Assis por um pastor amigo meu. No começo, confesso que a vida deste santo homem de Deus não me surpreendia muito. Admito que, como a maioria das pessoas, para mim Francisco era aquela figura relacionada com a ecologia, que vestia uma roupa engraçada e sempre estava rodeado de bichinhos. Hoje, louvo a Deus por não ter sucumbido à minha primeira impressão imbuída da mais pura ignorância: comecei a ler sobre a vida e obra do chamado Santo de Assis. E o que se descortinou perante mim foi um modelo de vida e espiritualidade cristã que há seis anos têm impactado e transformado profundamente a minha vida.
Francisco nunca quis criar algo como uma “espiritualidade franciscana”. Ele apenas experimentou Deus numa dimensão de grande profundidade mediante uma amizade íntima com o Senhor Jesus Cristo. Ele também não objetava a criação de uma nova ordem na igreja católica romana. No entanto, sua vida, propósitos e paixão eram tão ardentes que começaram a contagiar outras pessoas que o conheciam, tanto homens e mulheres, o que tornou inevitável a fundação não apenas de uma, mas, três ordens chamadas franciscanas: a 1ª Ordem, a Ordem dos Frades Menores (OFM), a 2ª Ordem, a Ordem de Santa Clara (Clarissas) e a 3ª Ordem formada por não religiosos, a Ordem Franciscana Secular (OFS). Cada uma com seu carisma distinto, mas, unidas num objetivo em comum: Seguir o Cristo dos Evangelhos à moda de Francisco, tendo-o como seu fundador, pai espiritual e modelo de inspiração.
Talvez uma das coisas mais intrigantes que envolvem Francisco e seu movimento de renovação espiritual é que mesmo após ter passado oito séculos desde sua morte, sua vida, exemplo e espiritualidade continuam a arrastar multidões atrás de si. E engana-se quem pensa que apenas pessoas das fileiras católicas romanas. Francisco é mais do que um Santo católico da idade média. Ele é um patrimônio da humanidade. Sua vida toca e desafia pessoas tanto do ramo secular quanto religioso (cristão e não cristão). E no ramo religioso cristão, sem sombra de dúvidas, Francisco é o personagem da tradição católica mais amado, reverenciado e respeitado pelo ramo evangélico/protestantes. Já foram muitos os acadêmicos protestantes a escreverem livros e artigos sobre a relevância de sua vida e obra para o aprofundamento de uma autentica espiritualidade centrada no Evangelho de Jesus.
No entanto, talvez o aspecto mais impressionante da importância do pobrezinho de Assis entre os protestante seja a fundação de comunidades franciscanas de confissão protestante no século XIX. Logo após a Revolução Industrial comunidades anglicanas e luteranas que seguiam a orientação franciscana formaram-se próximas aos rincões de pobreza e miséria de suas cidades, tanto na Inglaterra quanto na Alemanha. Algumas delas se extinguiram, outras, no entanto, permanecem até os dias de hoje.
Pensar em comunidades e ordens franciscanas de confissão não católica romana soa um pouco estranho aos ouvidos de cristãos latinos, sobretudo brasileiros como nós. Contudo, sua presença na América do Norte, principalmente nos EUA, é de expressão considerável.
Depois que tive contato com a vida de Francisco, o carisma de renovação e a espiritualidade que surgiram em torno dele, brotou dentro de mim o desejo de fazer parte de uma ordem franciscana formada por cristãos de minha confissão, ou seja, evangélicos/protestantes. Principalmente depois de descobrir, como foi dito acima, que existem ordens desse tipo espalhadas pelo mundo. Foi aí que Deus colocou no meu caminho a OESI (Ordem Evangélica dos Servos Intercessores) que é um grupo interdenominacional de cristãos evangélicos que estudam juntos a espiritualidade clássica e os pais da igreja. Fazemos parte do movimento mundial chamado de Novo Monasticismo. Reunimo-nos todos os sábados num grupo de sete pessoas, e juntos estudamos a história, a espiritualidade cristãs e intercedemos por vários motivos.
Neste ano de 2016 fundamos um braço da OESI, uma outra ordem ligada a ela: a OFSE (Ordem Franciscana Secular Evangélica) que se reúne todo o último sábado de cada mês para o estudo das fontes franciscanas originais.
Sendo assim, nos consideramos cristãos evangélicos/protestantes e também franciscanos porquanto temos descoberto um tesouro espiritual de inestimável beleza e profundidade oculto na vida e obra desse homem de Deus que viveu na idade média, Francisco de Assis. Somos Franciscanos Seculares porque estudamos a espiritualidade franciscana e não fizemos votos religiosos; e evangélicos porque fazemos uma releitura do carisma franciscano adaptando-o para o contexto de cristianismo protestante.
Se eu pudesse resumir para mim o que significa ser um Franciscano Evangélico, eu destacaria os seguintes pontos:
Para mim um franciscano secular evangélico significa…
  • Ser um discípulo renascido na Graça de Deus por intermédio da fé em Jesus Cristo.
  • Ser um discípulo que passou pela experiência do arrependimento de pecados.
  • Ser um discípulo chamado a seguir e imitar a vida do Senhor Jesus Cristo.
  • Ser um discípulo perdidamente apaixonado por Jesus, que busca a cada dia estreitar ainda mais um relacionamento de íntima amizade com Ele.
  • Ser um discípulo que ama o Evangelho e o tem como única Regra de sua vida e prática (sendo que o restante das Escrituras ou são pré-figurações ou desdobramentos do Evangelho da Graça).
  • Ser um discípulo que busca a formação espiritual através da prática das disciplinas espirituais clássicas, sobretudo da Lectio Divina.
  • Ser um discípulo que busca viver as duas dimensões da vida espiritual: ativa e contemplativa.
  • Ser um discípulo que pratica as três virtudes evangélicas: Obediência, Simplicidade (pobreza) e Castidade (fora do casamento).
  • Ser um discípulo que busca ter com a natureza (criação) um relacionamento de respeito e preservação, não de domínio, abuso e exploração da mesma.
  • Ser um discípulo que compreende que a verdadeira espiritualidade é aquela que me coloca em contato com o meu próximo para amá-lo e socorrê-lo em suas necessidades: emocionais, materiais e espirituais.
  • Ser um discípulo que não abre mão do viver inserido numa comunidade de fé com o propósito da adoração a Deus, comunhão e edificação mútua.
  • Ser um discípulo que busca testemunhar o Evangelho, primeiro com o próprio exemplo de vida e depois com palavras.
Acredito que esses pontos acima definem bem o que quero dizer com ser um franciscano secular evangélico.
Se você quiser saber mais sobre nós, convido-o (a) a visitar-nos:
Deus o(a) abençoe!
Paz e bem!
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quarta-feira, 29 de junho de 2016

2ª Reunião da Fraternidade Franciscana Evangélica

No último sábado de junho, dia 26 de janeiro de 2016, tivemos nossa segunda reunião sobre o carisma franciscano (OFSE - Fraternidade do Rio de Janeiro). Na oportunidade, estudamos o carisma de Francisco presente em sua cronologia histórica. Foi muito agradável compartilhar a leitura protestante sobre o carisma de um famoso santo católico. Francisco de Assis foi um homem cristão que venceu os perigos da igreja pela radicalidade do Evangelho de Jesus Cristo.






Cronologia de Francisco de Assis
1182 - Nascimento de Francisco em Assis. Que recebe o nome de João. Seus pais são Pietro Bernadone e Madonna Pica.
1193/1194- Nascimento de Clara em Assis. Seus pais são Favorone de Offreduccio e Maddonna Ortolana.
1198- Em janeiro, é leito papa Inocencio III. Em março, os cidadãos de Assis assediam e derrubam a Rocca, fortaleza feudal e imperial
1202- Guerra em Perugia e Assis. Na batalha de Collestrada, Francisco e feito prisioneiro e levada a Perugia.
1203- Francisco, é libertado de seu cativeiro, e regressa a Assis.
1204- Francisco fica enfermo.
1205- I) Francisco parte para a luta, com o exército. Em Espoleto tem um sonho que da outro rumo a sua vida e o faz voltar para Assis. II) Na segundo metade do ano começa a conversão inicial do Santo: vai se afastando dos amigos, intensifica a vida de meditação e orações, vive na companhia dos pobres e dos leprosos, “o beijo no leproso”, vai em peregrinação a Roma, o Crucifixo de São Damião pede para que “repare sua Igreja”.
1206- No mês de março, perante o tribunal do bispo de Assis, renuncia ao bens paternos e a sua família. Se muda par Gubbio onde permanece alguns meses servido aos leprosos. Regressa a Assis, hospeda-se em São Damião e veste o hábito de ermitão.
1206/08- Trabalha na restauração das ruínas de São Damião, São Pedro e Santa Maria de Los Angeles e de Porciúncula.
1208- I) em abril, quando ouvia a missa em Porciúncula, escuta o evangelho sobre o envio dos discípulos e sua missões, onde descobre suas vocações evangélicas e apostólicas. II) Um pouco depois, se unem os três primeiros companheiros: Bernardo de Quintavalle, Pedro Cattani e Gil de Assis. III) Iniciam a missão pela região de Ancona, onde se unem novos companheiros, e Francisco os envia a pregar de dois em dois.
1209- Francisco escreve a “forma de vida” a regra que o Senhor o havia inspirado. Na primavera, viaja a Roma com seus onze companheiros, e o papa Inocencio III, aprova de forma verbal seu modo de vida. Regressam a Assis e permanecem em Rio Torto.
1210- A pequena fraternidade se muda par Porciúncula.
1212- I) Em 18/19 de março, na noite de Domingo de Ramos, consagração religiosa de Santa Clara em Porciúncula, dando inicio assim II Ordem Franciscana e das Clarissas. De imediato Clara se hospeda em um monastério beneditino, até que em princípios de maio muda-se para São Damião. II) No outono, Francisco embarcou rumo a Síria, porem ventos contrários fazem fracassar o intento, e regressa a Ancona.
1213/1214- Viajem de Francisco pela França e Espanha, a caminho do Marrocos. Uma enfermidade o obriga a regressar a Porciúncula.
1215- Em novembro, o Concilio IV, em que seguramente Francisco esteve presente entre os fiéis.
1216- No mês de julho, morre Inocencio III e o sucede Honorio III, a quem Francisco pede em seguida a “Indulgencia de Porciúncula”.
1217- Em Pentecostes, 14 de maio, se celebra em Porciúncula o primeira Estrutura Geral. A Estrutura se divide em 12 províncias e nomeia seus dirigentes.
1219- I) A Estrutura Geral celebrada em Pentecostes, 26 de maio, envia a Marrocos os 5 promártires da Ordem. II) Pouco depois Francisco embarca par Acra e Damieta, e é recebido pelo Sultão do Egito.
1220- Francisco regressa apressadamente a Itália devido aos problemas que haviam surgido na Ordem. A pedido do Santo, Honório III nomeia o cardeal Hugolino protetor da Ordem. Francisco se retiro do governo da Ordem e nomeia Vigário seu Pedro Cattani.
1221- I) Em março morre frei Pedro Cattani e o substitui frei Elias com vigário de São Francisco. II) No pentecostes estuda a Regra escrita pôr São Francisco (chamada primeira regra) e pede que redija uma mais breve.
1223- I) Francisco compõe a regra definitiva na fonte Colombo, que é aceita em 11 de junho, e aprovada e confirmada mediante oficio do papa Honório III em 29 de novembro. II) Em 24/25 de dezembro, celebração do Natal na Grécia.
1224- De 15 de agosto a 29 de setembro, Francisco passa a quaresma em São Miguel no monte Alverna, onde são impressas as Chagas da Paixão de Cristo, Depois retorna lentamente a Assis, sem deixar de pregar pôr onde passa.
1224/25- Francisco sofre de várias doenças, entre elas uma grave nos olhos, porém segue fazendo viagens apostólicas para pregar aos povos.
1225- Entre março e abril, compõe em São Damião o Cântico do Irmão Sol.
1225/26- Francisco se submete a várias curas dolorosa, em Assis, em Rieti, na Fonte Colombo e em outros locais.
1226- No mês de abril, em Siena, onde encontrava-se para tratamento, agravam-se suas doenças. No regresso a Assis, de detém algum tempo nas “Celas” de Cortona, chega a Porciúncula, porem marcha a Bagnara, nas montanhas, nos arredores de Assis. Seu estado de saúde segue piorando progressivamente. É trasladado para Assis, onde fica hospedado no palácio episcopal.
1226- I) Ao sentir-se cercado pela irmã morte, pede que o levem a Porciúncula. Ali, no Sábado 3 de outubro, as 19:00 horas, morre Francisco com a idade de 44 anos. II) No Domingo dia 4 de outubro, pela manhã, o corpo de Francisco e trasladado para Assis, para São Damião, onde estão Clara e suas irmãs, sendo sepultado na igreja de São Jorge.
1227- Em 19 de março é eleito papa o cardeal Hugolino. Protetor da Ordem e amigo de São Francisco, que usa o nome de Gregorio IX.
1228- Em 16 de julho, Gregorio IX canoniza a Francisco de Assis.

domingo, 19 de junho de 2016

Primeira reunião da OFSE - Fraternidade do Rio de Janeiro

No dia 28 de maio de 2016 a OESI realizou sua primeira reunião da OFSE - Ordem Franciscana Secular Evangélica. Lemos e aprovamos o Documento da Ordem e criamos a Fraternidade do Rio de Janeiro. Teremos uma reunião da Fraternidade todos os últimos sábados de cada mês. Estiveram presentes os seguintes irmãos: Marisa Sardinha, Edson Sardinha, Gleisto Sérgio, Filipe Maia, Edmar, Patrícia, Evelyn e Raul. Somos cristãos evangélicos que estudam e atualizam o carisma franciscano para a Igreja do século XXI.