terça-feira, 4 de outubro de 2016

Francisco: O homem morto.

Francisco: O homem morto.
Dia de memória da morte de Francisco de Assis –  04 de outubro


Todo debilitado, com voz fraca, sumida, entoa Francisco o Salmo 142: “Com minha voz clamei ao Senhor…”. O Salmo vai sendo entoado pouco a pouco, e ao chegar ao versículo “Arranca do cárcere minha alma, pra que vá cantar teu nome, pois me esperam os justos e tu me darás o galardão”. Faz-se grande e profundo silêncio. Acabara de morrer, cantando, Francisco de Assis. Quem é este que transfigura o trauma da morte em expressão de liberdade tão suprema? Desaparece o sinistro da morte. E Francisco vai ao seu encontro como quem vai abraçar e saudar uma irmã muito querida (Sermão proferido por Frei Nilo Agostini, na Festa de São Francisco de Assis, 04/10/1991).
No dia 03 de outubro de 1226 faleceu Francisco de Assis. A igreja comemora o dia 04 de outubro. A morte vem para todos. Romanos 6.23 - Pois o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor.
Francisco já havia morrido. Morreu para o mundo quando aceitou Jesus como Senhor e Salvador e colocou o Evangelho como regra de sua vida. Descobriu um caminho velho e novo: caminhou pela ladeira do arrependimento.  Já era um homem morto. Totalmente morto.
Com isso, vivia crucificado com Cristo. Tinha a mente de Cristo. Podia dizer como Paulo: não mais vivo eu, mas este viver que agora tenho na carne vivo pela fé em Jesus Cristo que me amou e morreu por mim.
Este é o segredo de Francisco. Vivia como morto. Por isso não valorizava o dinheiro, o lucro, a ganancia, a briga, as cruzadas, os cargos eclesiásticos.
Como morto, preferia valorizar as borboletas, os pássaros, a água, o fogo, o vento, os homens, os vivos e os mortos.
Como morto fazia liturgias, orações, cânticos. Era extremamente feliz. Já havia perdido tudo. Não possuía mais nada. Andava como morto. Morreu para o mundo e estava vivo para Deus.
Talvez tenha sido o homem mais vivo que eu ouvi falar. Era vivo para as coisas de Deus. Era vivo por que já havia morrido e sua vida estava oculta com Deus em Cristo Jesus.
Sua morte corporal foi apenas uma troca de roupa. Abraçou o Pai e beijou Jesus. Sua paixão era Deus, o criador, que tanto lhe inspirou a dizer: “Louvado seja meu Senhor!”