quarta-feira, 8 de outubro de 2014

A Oração que Francisco de Assis nunca fez



A Oração que Francisco de Assis nunca fez
Rev. Edson Cortasio Sardinha

Com certeza você conhece a famosa oração de São Francisco de Assis:

            Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz. Onde houver ódio, que eu leve o amor; Onde houver ofensa, que eu leve o perdão; Onde houver discórdia, que eu leve a união; Onde houver dúvida, que eu leve a fé; Onde houver erro, que eu leve a verdade; Onde houver desespero, que eu leve a esperança; Onde houver tristeza, que eu leve a alegria; Onde houver trevas, que eu leve a luz. Ó Mestre, Fazei que eu procure mais Consolar, que ser consolado; compreender, que ser compreendido; amar, que ser amado. Pois é dando que se recebe, é perdoando que se é perdoado, e é morrendo que se vive para a vida eterna.

            Francisco de Assis foi um cristão italiano do século XIII. Aceitou Jesus como Senhor e Salvador com 20 anos de Idade através de uma grave enfermidade. Ao conhecer o Evangelho de Jesus, ficou apaixonado e passou a ter o Evangelho como Regra de Vida. Este Evangelho estava na língua francesa e provavelmente lhe foi dado na prisão da Perúsia por um “herege” Valdense, servo de Deus.
            Por causa do Evangelho, Francisco abriu mão dos bens da família e seguiu livre pelo mundo evangelizando. Não desejou fazer discípulos, mas os discípulos apareceram pelo seu exemplo de homem apaixonado pelo Senhor Jesus. Em um ano reuniu doze discípulos e conseguiu, em Roma, a autorização do Papa Inocêncio III para seguir seu caminho de fé sem ser acusado ou perseguido como herege.
Francisco, como servo de Deus, foi um instrumento da paz de Deus. Onde havia ódio, ele levava a paz. Um exemplo foi sua tentativa de reconciliar os mulçumanos e cristãos no período das Cruzadas. No Egito tentou evangelizar o sultão Al-Kamil.
Existiam muitas ofensas dos dois lados e ele tentou levar o perdão. Reinava a discórdia e ele tentou levar a união.
Através de sua vida evangélica, onde havia dúvida com relação a Deus e a Igreja, ele levou a fé. Onde havia erro, pregou a verdade através de sua vida.
No meio de tanta desesperança por causa da miséria e da lepra, ele levou esperança. Foi um menestrel de Deus levando alegria onde havia tristeza.
Sua vida com Deus foi uma luz diante das trevas da própria Igreja.
Foi tão louco por Deus que procurou mais consolar do que ser consolado, compreender do que ser compreendido, amar do que ser amado, deu mais do que recebeu, perdoou mais as pessoas do que correu atrás de perdão e morreu e hoje está em vida eterna.
Isso tudo é verdade, contudo a Oração de São Francisco nunca foi escrita por ele.
Ela é uma oração nova que surgiu no início do século XX e não estava relacionada aos franciscanos.
Um católico franciscano conheceu esta oração e vendo que ela representava o ideal de Francisco de Assis, colocou em um cartão com um desenho de Francisco com o seguinte título: Esta Oração reflete o espírito Franciscano.
Assim também, muitas coisas que não estão relacionadas a Igreja Evangélica refletem o pensamento evangélico deixado por Jesus Cristo. Precisamos vencer nossos preconceitos e olhar os sinais de Deus na criação e no outro.
Deus te abençoe. Paz e Bem.


sábado, 4 de outubro de 2014

Dia da Morte de Francisco de Assis - Francisco canta no céu - 788 anos de sua morte.




Hoje lembramos a morte de Francisco de Assis.
Como protestante e evangélico tenho minha lista de Heróis da fé. heróis que viveram antes e depois da reforma. Heróis e heroínas, católicos, prestantes e ortodoxos. Homens e mulheres que tiveram um encontro com Deus, foram alcançados pela graça justificadora e santificadora e se tornaram um exemplo para cada cristão.
Entre os muito heróis da fé, tenho olhado com muito carinho Francisco de Assis.
Quando comparamos sua realização diante de muitos outros heróis da Fé, parece que ele fez pouco. Por estudar suas biografias antigas (as primeiras); me especializar em Estudos da Idade Média com foco nas primeiras biografias de Francisco escritas por Tomás de Celano; ler as novas biografias; vejo a história dele muito rápida. É fácil de decorar e muito agradável para ser contada e sentida.
Parece ser simples.
Mas é exatamente esta simplicidade que me atrai.
Ele teve como Regra unicamente o Evangelho do Senhor Jesus. Desejou viver na íntegra o Evangelho.
Anselm Grün afirma ser insuportável tentar viver como Francisco viveu. Foi considerado a maior personalidade do segundo milênio. Considerado o homem mais normal do mundo para Freud.
Sua história inspirou livros, filmes, inúmeros documentários e milhares de discípulos e discípulas, protestantes e católicos que usam o nome de Franciscano.
Foi alcançado pela graça do Senhor e desejou viver de forma radical e verdadeira o desafio que os apóstolos viveram.
Francisco faleceu em 1226 no dia 04 de outubro, mas continua nos incomodando.
Sua espiritualidade e integridade nos incomoda, perturba e nos provoca.
Olhamos para Jesus e perguntamos: Senhor, como ser tão apaixonado assim?
Francisco faz a gente ficar envergonhado e ao mesmo tempo nos estimula.
Sua história ainda tem o poder de nos provocar.
Francisco é a certeza de que podemos viver o Evangelho do Senhor Jesus de forma sincera e apaixonante.
Vale a pena ser servo de Deus em Jesus Cristo.
Agradeço a Deus por ter conhecido a história de um homem que viu apaixonado pelo criador e que o venerava nas criaturas.
Francisco cantou a vida de Deus.
Cantando ele está em Deus.
Hoje Francisco no céu ele deve cantar: Louvado seja meu Senhor pelo irmão Paraíso, pois aqui vejo Jesus face a face e continua mais apaixonado pela santíssima trindade!
Paz e Bem

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Cântico de São Francisco e o Hinário Protestante



Francisco foi um homem de Deus da Idade Média que influenciou todos os seguimentos da Igreja: Católico, Ortodoxo e Protestante.

Francisco nasceu em Assis, na Úmbria (Itália) em 1182. Era orgulhoso, vaidoso e rico. Certa vez foi para a guerra como cavaleiro, mas doente ouviu e obedeceu a voz do Senhor que lhe dizia: “Francisco, a quem é melhor servir, ao amo ou ao criado?”. Ele respondeu que ao amo. “Porque, então, transformas o amo em criado?”, replicou a voz. No início de sua conversão viveu como eremita e na solidão, quando recebeu a ordem de Cristo na igrejinha de São Damião: “Vai restaurar minha igreja, que está em ruínas”.

Partindo em missão, seguiu com perfeita alegria o Cristo pobre, casto e obediente. No campo de Assis havia uma ermida chamada Porciúncula. Este foi o lugar predileto de Francisco e dos seus companheiros, pois na Primavera do ano de 1200 já não estava só; tinham-se unido a ele alguns valentes que pediam também esmola, trabalhavam no campo, pregavam, visitavam e consolavam os doentes. A partir daí, Francisco dedica-se a viagens missionárias: Roma, Chipre, Egito, Síria… Peregrinando até aos Lugares Santos. Quando voltou à Itália, em 1220, encontrou a Fraternidade dividida. Parte dos Frades não compreendia a simplicidade do Evangelho.

Em 1223, foi a Roma e obteve a aprovação Solene da Regra, como ato culminante da sua vida. Na última etapa de sua vida, recebeu no Monte Alverne os estigmas de Cristo, em 1224.

Já enfraquecido fisicamente e cego, Francisco de Assis, na igreja de São Damião, encontra-se rodeado pelos seus filhos espirituais e assim, recita ao mundo o cântico das criaturas. Retira-se para a Porciúncula, onde morre deitado nas humildes cinzas a 3 de outubro de 1226. Seu dia é comemorado 04 de outubro.

Este Cântico das criaturas recebeu várias musicalidades. Os protestantes usam a letra de Francisco de Assis com a música do Hinário Alemão Laudate Deum.

Hinário Evangélico 129 - Glória à Trindade

Vós criaturas de Deus Pai,
Todos erguei a voz, cantai,
Aleluia! Aleluia!
Tu, sol dourado a refulgir,
Tu, lua em prata a reluzir,
Oh! Louvai-o! Oh! Louvai-o!
Aleluia! Aleluia! Aleluia!

Oh! Boa terra mãe que dá
Infindas bençãos, canta já,
Oh! Louvai-o, Aleluia!
Frutos e flores, juntos dai
A glória a Deus, Senhor e Pai.
Oh! Louvai-o! Oh! Louvai-o!
Aleluia! Aleluia! Aleluia!

Vós, homens sábios e de bem,
A todos proclamai também,
Oh! Louvai-o, Aleluia!
Louvor ao Filho, glória ao Pai,
E ao Santo Espírito louvai!
Oh! Louvai-o! Oh! Louvai-o!
Aleluia! Aleluia! Aleluia!




segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Testamento de Clara de Assis

Testamento de Clara de Assis



Introdução:
            Parece certo que Clara o ditou depois de 6 de agosto de 1247, quando Inocêncio IV publicou a sua Regra permitindo propriedades. Mas também pode ter feito retocar o escrito até seu último ano de vida, 1253. Clara não alude à Regra, mas é bom lembrar que ela só conseguiu a aprovação papal de sua Forma de Vida dois dias antes de morrer, e o Testamento era um documento com que ela podia garantir os principais valores de sua família. 
            A ideia de fazer um testamento pode ter sido tomada do de São Francisco, mas Clara é totalmente original. Celebra o Senhor por sua vida e por sua vocação e exorta as Irmãs a serem fiéis. Faz uma recordação muito pessoal de sua conversão e dos primeiros passos da Ordem. Afirma com decisão o compromisso com a pobreza absoluta. Insiste sobre o clima de fraternidade evangélica com serviço mútuo. Faz uma reflexão sobre a fé. Exorta à oração e à perseverança e termina com uma bênção. Clara quer deixar uma exortação que mantenha estável sua fundação. 
            Apesar de ser um documento preocupado com a “forma de vida” das Irmãs Pobres, é também autobiográfico e já tem um valor bem maior que o da “Regra” para demonstrar a personalidade ímpar e a espiritualidade da grande mãe da família franciscana. Ela se declara uma simples “plantinha", sem poder esconder que é uma estrela de primeira grandeza, com luz semelhante à de São Francisco, mas bem própria.

Testamento

1 Em nome do Senhor! (cfr. Col 3,17) Amém!
2 Entre outros benefícios que temos recebido e ainda recebemos diariamente da generosidade do Pai de toda misericórdia (cfr. 2Cor 1,3) e pelos quais mais temos que agradecer ao glorioso Pai de Cristo,
3 está a nossa vocação que, quanto maior e mais perfeita, mais a Ele é devida.
4 Por isso diz o Apóstolo: “Reconhece a tua vocação” (cf. 1Cor 1,26).
5 O Filho de Deus fez-se para nós o Caminho (cf. Jo 14,6; 1Tm 4,12), que nosso bem-aventurado pai Francisco, que o amou e seguiu de verdade, nos mostrou e ensinou por palavra e exemplo.
6 Por isso, queridas Irmãs, devemos considerar os imensos benefícios que Deus nos concedeu,
7 mas, entre outros, aqueles que Ele se dignou realizar em nós por seu dileto servo, nosso pai São Francisco,
8 não só depois de nossa conversão mas também quando estávamos na miserável vaidade do mundo.
9 Pois, quando o santo, logo depois de sua conversão, sem ter ainda irmãos ou companheiros,
10 estava construindo a igreja de São Damião, em que foi visitado plenamente pela graça divina, e foi impelido a abandonar totalmente o mundo,
11 numa grande alegria e iluminação do Espírito Santo, profetizou a nosso respeito aquilo que o Senhor veio a cumprir mais tarde.
12 Pois, nessa ocasião, subindo ao muro da igreja, ele disse em voz alta e em francês para uns pobres que moravam ali perto:
13 Venham me ajudar na obra do mosteiro de São Damião,
14 porque nele ainda haverão de morar umas senhoras cuja vida famosa e santo comportamento vão glorificar nosso Pai celestial (cfr. Mt 5,16) em toda a sua santa Igreja.
15 Nisso nós podemos considerar, portanto, a copiosa bondade de Deus para conosco,
16 pois, em sua imensa misericórdia e amor, dignou-se contar essas coisas sobre nossa vocação e eleição (cfr. 2Pd 1,10), através do seu santo.
17 E o nosso bem-aventurado pai Francisco não profetizou isso só a nosso respeito, mas também sobre as outras que haveriam de vir, na santa vocação em que Deus nos chamou.
18 Com que solicitude, então, com que zelo da mente e do corpo devemos observar o que foi mandado por Deus e por nosso pai, para restituir o talento multiplicado, com a colaboração do Senhor!
19 Pois o próprio Senhor colocou-nos não só como modelo, exemplo e espelho para os outros, mas também para nossas irmãs, que ele vai chamar para a nossa vocação,
20 para que também elas sejam espelho e exemplo para os que vivem no mundo.
21 Portanto, se o Senhor nos chamou a coisas tão elevadas que em nós possam espelhar-se as que deverão ser exemplo e espelho para os outros,
22 estamos bem obrigadas a bendizer e louvar a Deus, dando força ainda maior umas às outras para fazer o bem no Senhor.
23 Por isso, se vivermos de acordo com essa forma, daremos aos outros um nobre exemplo (cfr. 2Mc 6,28.31) e vamos conquistar o prêmio da bem-aventurança eterna com um trabalho muito breve.
24 Depois que o Altíssimo Pai celestial, por sua misericórdia e graça, se dignou iluminar meu coração para fazer penitência segundo o exemplo e ensino de nosso bem-aventurado pai Francisco,
25 pouco depois de sua conversão, com algumas irmãs que Deus me dera logo após a minha conversão, eu lhe prometi obediência voluntariamente,
26 como o Senhor nos concedera pela luz da sua graça através da vida admirável e do ensinamento dele.
27 Vendo o bem-aventurado Francisco que nós, embora frágeis e fisicamente sem forças, não recusávamos nenhuma privação, pobreza, trabalho, tribulação, nem humilhação ou o desprezo do mundo,
28 e até julgávamos tudo isso as maiores delícias, como pôde comprovar freqüentemente em nós a exemplo dos santos e dos seus frades, alegrou-se muito no Senhor.
29 E movido de piedade para conosco, assumiu o compromisso, por si e por sua Ordem, de ter sempre por nós o mesmo cuidado diligente e a mesma atenção especial que tinha para com seus irmãos.
30 E assim, por vontade de Deus e do nosso bem-aventurado pai Francisco, fomos morar junto da igreja de São Damião,
31 onde em pouco tempo o Senhor nos multiplicou por sua misericórdia e graça, a fim de que se cumprisse o que tinha predito por seu santo.
32 Pois antes tínhamos morado em outro lugar, embora por pouco tempo.
33 Depois escreveu para nós uma forma de vida, principalmente para que perseverássemos sempre na santa pobreza.
34 E não se contentou em exortar-nos durante a sua vida com muitos sermões (cfr. Act 20,2) e exemplos ao amor e observância da santa pobreza, mas nos deu muitos escritos, para que depois de sua morte não nos desviássemos dela de modo algum,
35 como o Filho de Deus, enquanto viveu neste mundo, não quis jamais afastar-se da santa pobreza.
36 Também o nosso bem-aventurado pai Francisco, imitando os seus passos(cfr. 1Pd 2,21), pelo exemplo e pelo ensinamento, nunca se desviou, em toda a vida, de sua santa pobreza, que escolheu para si e seus irmãos.
37 Por isso eu, Clara, serva de Cristo e das Irmãs Pobres do mosteiro de São Damião, embora indigna, e verdadeira plantinha do santo pai, considerando com as minhas outras Irmãs a nossa tão alta profissão e o mandamento de tão grande pai,
38 como também a fragilidade de outras, que temíamos em nós mesmas depois do falecimento do nosso pai São Francisco, que era a nossa coluna e única consolação depois de Deus e o nosso apoio (cfr. 1Tm 3,15),
39 repetidas vezes fizemos nossa entrega voluntária a nossa santíssima Senhora Pobreza, para que, depois de minha morte, as Irmãs que estão e as que vierem não possam de maneira alguma afastar-se dela.
40 E como sempre fui cuidadosa e solícita em observar a santa pobreza que prometemos ao Senhor e ao nosso bem-aventurado pai Francisco, e em fazer que fosse observada pelas outras,
41 assim sejam obrigadas até o fim aquelas que vão me suceder no ofício a observar e fazer observar sua santa pobreza, com o auxílio de Deus.
42 Para maior segurança, tive a preocupação de conseguir do senhor papa Inocêncio, em cujo tempo começamos, e dos seus outros sucessores, que corroborassem com os seus privilégios a nossa profissão da santíssima pobreza, que prometemos ao Senhor e ao nosso bem-aventurado pai,
43 para que em tempo algum nos afastássemos dela de maneira alguma.
44 Por isso, de joelhos dobrados e prostrada de corpo e alma, recomendo todas as minhas Irmãs atuais e futuras à santa mãe Igreja Romana, ao Sumo Pontífice e principalmente ao senhor cardeal que for encarregado da Ordem dos Frades Menores e de nós,
45 para que, por amor daquele Deus que pobre foi posto no presépio (cfr. Luc 12,32), viveu pobre no mundo e ficou nú no patíbulo,
46 faça com que sempre o seu pequeno rebanho (cfr. Lc 12,32), que o Senhor Pai gerou em sua Igreja pela palavra e o exemplo do nosso bem-aventurado pai São Francisco para seguir a pobreza e a humildade do seu Filho dileto e da Virgem, sua gloriosa Mãe,
47 observe a santa pobreza que prometemos a Deus e a nosso bem-aventurado pai Francisco e nela digne-se encorajá-las e conserva-las.
48 E como o Senhor nos deu nosso bem-aventurado pai Francisco como fundador, plantador16 e auxílio no serviço de Cristo e naquilo que prometemos ao Senhor e ao nosso pai,
49 e como ele durante a sua vida mostrou tanto cuidado em palavras e obras para tratar e cuidar de nós, sua plantinha,
50 assim recomendo e confio minhas Irmãs, presentes e futuras, ao sucessor do nosso bem-aventurado pai Francisco e a toda a Ordem,
51 para que nos ajudem a crescer sempre mais no serviço de Deus e principalmente a observar melhor a santa pobreza.
52 Se em algum tempo acontecer que as Irmãs tenham que deixar este lugar para se estabelecer em outro, sejam obrigadas, em qualquer lugar em que estiverem depois da minha morte, a observar a referida forma de pobreza que prometemos a Deus e a nosso bem-aventurado pai Francisco.
53 A que estiver no ofício deve ser tão solícita e previdente como as outras Irmãs para não adquirir nem receber junto a esse lugar nenhuma terra a não ser a que for exigida pela extrema necessidade para a horta em que temos que cultivar verduras.
54 Mas se em algum lugar, para honestidade e para isolamento do mosteiro for conveniente ter mais terreno além da cerca da horta, não permitam que seja adquirido ou mesmo recebido mais do que for pedido pela necessidade extrema.
55 E essa terra não deve ser trabalhada nem semeada mas ficar sempre baldia e inculta.
56 No Senhor Jesus Cristo, aconselho e admoesto a todas as minhas Irmãs, presentes e futuras, que sempre se empenhem em seguir o caminho da santa simplicidade, da humildade, da pobreza e também uma vida honesta e santa,
57 como aprendemos de Cristo e de nosso bem-aventurado pai Francisco desde o início de nossa conversão.
58 Foi dessas coisas que, não por nossos méritos mas só por misericórdia e graça de quem o deu, o Pai das misericórdias, espalhou-se o perfume (cfr. 2Cor 1,3; 2,15) da boa reputação, tanto para os de longe como para os de perto.
59 E amando-vos umas às outras com a caridade de Cristo, demonstrai por fora, por meio das boas obras, o amor que tendes dentro,
60 para que, provocadas por esse exemplo, as Irmãs cresçam sempre no amor de Deus e na mútua caridade.
61 Rogo também à que estiver a serviço das Irmãs que trate de estar à frente das outras mais por virtudes e santos costumes do que pelo ofício,
62 de forma que suas Irmãs, provocadas por seu exemplo, não obedeçam tanto por dever como por amor.
63 Seja também previdente e discreta para com suas Irmãs, como uma boa mãe faz com suas filhas,
64 tratando especialmente de provê-las de acordo com as necessidades de cada uma, com as esmolas que forem dadas pelo Senhor.
65 Também seja tão bondosa e acessível que possam manifestar com segurança suas necessidades
66 e recorrer a ela confiadamente a qualquer hora, como lhes parecer conveniente, tanto por si mesmas, como por suas Irmãs.
67 Mas as Irmãs que são súditas lembrem-se de que renunciaram à própria vontade por amor de Deus.
68 Por isso quero que obedeçam à sua mãe, como prometeram ao Senhor, espontaneamente,
69 de modo que sua mãe, vendo o amor, a humildade e a unidade que as Irmãs têm entre si, possa levar mais facilmente o peso que tem que suportar por causa do ofício,
70 e o que é molesto e amargo mude-se em doçura para ela pelo bom comportamento das Irmãs.
71 E como é estreito o caminho e apertada a porta por onde se vai e se entrana vida, são poucos os que por aí passam e entram (cfr. Mt 7,13.14).
72 E se há alguns que nele andam por um tempo, são pouquíssimos os que nele perseveram.
73 Mas felizes são aqueles a quem foi dado andar por ele e perseverar até o fim (cfr. Sl 118,1; Mt 10,22).
74 Tomemos cuidado, portanto, para que, se entramos pelo caminho do Senhor, de maneira alguma nos afastemos dele em algum tempo por nossa culpa e ignorância,
75 para não ofendermos a tão grande Senhor, a sua Virgem Mãe, a nosso bem-aventurado pai Francisco, à Igreja triunfante e mesmo à militante.
76 Pois está escrito: Malditos os que se desviam de vossos mandamentos (Sl 118,21).
77 Por isso dobro os joelhos diante do Pai de nosso Senhor Jesus Cristo (cfr. Ef 3,14) para que, pela intercessão dos méritos de sua Mãe, a gloriosa Virgem Santa Maria, de nosso bem-aventurado pai Francisco e de todos os santos,
78 o Senhor que deu o bom começo dê o crescimento (cfr.1Cor 3,6.7) e também a perseverança até o fim. Amém.
79 Isto foi escrito, pode ser melhor para ser observado, eu deixo para você, minhas irmãs muito queridos e amados, presentes e futuras, como um sinal da bênção do Senhor e nosso bem-aventurado pai Francisco, e da minha bênção, sua mãe e seu servo.
Aqui é um testemunho da Santíssima Clara.


segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Francisco de Assis: O Evangélico

Francisco de Assis foi um crente, servo de Deus , do século XII. Sua paixão foi o Evangelho do Senhor Jesus. Ficou maravilhado com as palavras de Cristo e desejou viver, na íntegra, este evangelho. Quando esteve preso na Perugia (1202), com 20 anos por causa de uma guerra civil, Francisco sofreu muito e junto com o sofrimento pode meditar no Evangelho do Senhor Jesus que encontrou na prisão. Mais tarde, quando foi forçado, por insistência da Igreja e dos amigos, a escrever uma Regra para seu grupo de discipulado, apenas copiou partes do Evangelho. Dizia a todos: a minha regra é o Evangelho de Cristo.
O Evangelho de Cristo foi a porta da Graça para o levar a conversão.
Frequentava a igreja e participava das celebrações em sua paróquia desde a infância, mas sua conversão só aconteceu quando encontrou com a Palavra de Deus.
O Evangelho é o principio da libertação do homem e da mulher.
Francisco de Assis foi um EVANGÉLICO no sentido mais puro da Palavra.
Que sejamos servos de Deus e Evangélico no modelo de Francisco de Assis.

Oração: Senhor Jesus. Eu te aceito como meu Senhor e Salvador. Perdoa os meus pecados e escreva meu nome no livro da vida. Que eu seja um seguidor do seu Evangelho. Que minha vida seja transformada por sua graça. Assim como o Senhor converteu Francisco, converta minha vida e me salve. Em nome de Jesus.