segunda-feira, 1 de setembro de 2025

São Francisco de Assis e a Vida de oração


São Francisco de Assis e a Vida de Oração

A oração é o respirar da alma diante de Deus. O salmista declara: “Ó Deus, tu és o meu Deus; de madrugada te buscarei; a minha alma tem sede de ti” (Salmo 63.1). Assim como Davi ansiava pela presença do Senhor, todo cristão é chamado a viver em constante diálogo com o Criador, em espírito e em verdade.

Entre os exemplos de homens e mulheres que se dedicaram a uma vida de oração, destaca-se São Francisco de Assis. Embora pertença à tradição católica medieval, sua vida inspira a todos nós, inclusive a nós protestantes, no chamado para uma espiritualidade simples, centrada em Cristo e alimentada pela oração.

Francisco não buscava a oração apenas como obrigação, mas como encontro vivo com Deus. Conta-se que ele passava longas horas em silêncio, contemplando a bondade do Senhor na criação e derramando diante d’Ele suas lágrimas e seus cânticos. Para ele, orar era mais do que falar; era ouvir, adorar e se entregar totalmente ao amor de Deus.

O apóstolo Paulo nos exorta: “Orai sem cessar” (1 Tessalonicenses 5.17). Essa mesma disposição encontramos em Francisco, que via a oração como respiração contínua da fé. Assim como Wesley, que entendia a oração como meio de graça indispensável à vida cristã, Francisco nos lembra que a intimidade com Deus transforma o coração e gera frutos de santidade e alegria.

A vida de oração, portanto, não nos afasta do mundo, mas nos devolve a ele com novo olhar. Francisco, depois de orar, levantava-se para servir os pobres e anunciar Cristo. Do mesmo modo, nós, metodistas e protestantes, entendemos que a verdadeira oração deve se traduzir em amor prático: amar a Deus e ao próximo, em palavras e em ações (Mateus 22.37–39).

Que possamos aprender com o exemplo de São Francisco a buscar ao Senhor em oração constante, não como fuga, mas como fonte de força e transformação. Pois a oração que nasce do coração toca o céu e desce em forma de serviço.


Oração

Senhor,
ensina-nos a viver em oração constante,
como filhos que confiam no Teu amor.
Que em cada respiração possamos lembrar da Tua presença.
Dá-nos simplicidade para orar com o coração,
como fez São Francisco,
e ousadia para viver a fé com alegria,
como ensinaram os apóstolos e os reformadores.

Em nome de Jesus,
Amém.

Assim, a vida de oração não é apenas tradição monástica ou católica, mas uma herança de toda a Igreja de Cristo. Francisco nos inspira a redescobrir a simplicidade e a beleza de viver em diálogo permanente com o Senhor.

A Alegria que vem de Deus

A Alegria que Vem de Deus

A verdadeira alegria não é apenas um sentimento passageiro; ela nasce do coração que encontrou sua esperança em Cristo. O apóstolo Paulo nos lembra: “Alegrai-vos sempre no Senhor; outra vez digo: alegrai-vos” (Filipenses 4.4). Essa alegria é mais profunda do que as circunstâncias, pois vem do Espírito Santo e floresce mesmo em meio às dificuldades.

Alegria na Simplicidade – São Francisco de Assis

São Francisco nos ensinou que a “perfeita alegria” não está em aplausos, riquezas ou reconhecimento, mas em carregar a cruz com Cristo e ainda assim cantar louvores. A verdadeira alegria é aprender a viver na simplicidade e encontrar contentamento em Deus.

Alegria no Serviço – São Bento

São Bento, em sua Regra, escreveu que devemos “servir ao Senhor com alegria” (Sl 100.2). O caminho da disciplina e da obediência não é peso, mas fonte de contentamento. Servir humildemente ao próximo é experimentar a alegria do Evangelho em ação.

Alegria na Fé – Martinho Lutero

Para Lutero, a alegria do Evangelho estava em saber que somos justificados pela fé, não pelas obras. Ele disse: “A fé é uma confiança viva e ousada na graça de Deus”. Essa confiança liberta do medo e enche o coração de júbilo, mesmo nas provações.

Alegria na Santidade – João Wesley

João Wesley testemunhou a alegria de ter o coração “estranhamente aquecido” pelo Espírito. Para ele, a santidade era inseparável da alegria: “A religião genuína é felicidade, paz e alegria no Espírito Santo.” A alegria é fruto da presença real de Deus em nós.

Uma Alegria que Transforma

A alegria em Cristo não foge das dores, mas floresce em meio a elas. É a alegria do servo que canta como Francisco, serve como Bento, confia como Lutero e testemunha como Wesley. Como declara o salmista: “Na tua presença há plenitude de alegria; à tua direita, delícias perpetuamente” (Sl 16.11).

Oração pela Alegria em Cristo

Senhor amado,
ensina-nos, como Francisco, a encontrar alegria na simplicidade e na cruz.
Guia-nos, como Bento, a servir-Te com disciplina e coração alegre.
Dá-nos, como Lutero, a confiança ousada na Tua graça que nos liberta.
E aquece, como em Wesley, o nosso coração com a chama do Teu Espírito.

Que a nossa vida transborde em alegria verdadeira,
não nas coisas deste mundo,
mas na certeza da Tua presença.

Em nome de Jesus,
Amém.



A pobreza de Cristo, de Francisco de Assis e a liberdade do discípulo

 


A pobreza de Cristo, de Francisco de Assis e a liberdade do discípulo

“Pois conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que sendo rico, por amor de vós se fez pobre; para que, pela sua pobreza, vos tornásseis ricos.”
(2 Coríntios 8.9)

Reflexão

O apóstolo Paulo lembra que a nossa fé nasce do movimento descendente de Cristo: Ele, sendo eterno e rico em glória, fez-se pobre por amor, para que tivéssemos vida abundante em Deus.

As primeiras biografias de São Francisco de Assis relatam que ele abraçou a pobreza não como miséria, mas como liberdade: “não possuir nada, para possuir tudo em Cristo”. Ele via na renúncia material um testemunho da suficiência do Evangelho.

Os reformadores também entenderam isso. Para Calvino, a lembrança da pobreza de Cristo é o fundamento da vida cristã: toda liberalidade, toda simplicidade, todo desapego nasce do reconhecimento de que já somos ricos em Cristo. Não buscamos mérito; vivemos em resposta à graça recebida.

Séculos depois, John Wesley ecoou a mesma verdade. Ele exortava os metodistas: “Ganhai tudo o que puderdes, poupando tudo o que puderdes, para dar tudo o que puderdes”. Para Wesley, a riqueza não era fim em si mesma, mas instrumento de amor. A vida cristã deveria refletir uma economia de graça: trabalho diligente, simplicidade pessoal e generosidade missionária.

Assim, Francisco, a Reforma e Wesley convergem:

  • Cristo é o centro,

  • a graça é o fundamento,

  • a liberdade do discípulo se expressa em desapego, serviço e generosidade.

A verdadeira riqueza do crente não está em posses, mas na comunhão com o Senhor.

Oração

Senhor Jesus,
Tu, que sendo rico, te fizeste pobre por nós,
ensina-nos, como ensinaste a Francisco,
a viver na liberdade do desapego.
Faz-nos, como lembraram os reformadores,
descansar na tua graça, não em nossas obras.
E inspira-nos, como ensinou Wesley,
a usar os bens desta vida para servir o próximo.
Seja Cristo nossa riqueza, hoje e sempre.
Amém.