sábado, 5 de setembro de 2020

A vida de Francisco de Assis a partir de Tomás de Celano - Ir. Edson Cortasio Sardinha - Partes 5 - Milagres

A vida de Francisco de Assis a partir de Tomás de Celano

Ir. Edson Cortasio Sardinha

Partes 5

 Milagres

 Hoje é celebrado São Francisco de Assis, exemplo de pobreza, harmonia e paz  - Paróquia São José 

5. Milagres

            Francisco de Assis realizou inúmeros milagres – seja diretamente, através de seu contato ou bênção, seja indiretamente, através de algum objeto seu. A seguir, serão relatados alguns desses milagres.

Percorrendo o Vale de Espoleto, chegando perto de Bevagna, Francisco encontrou uma grande quantidade de pássaros; ele deixou seus companheiros e correu em direção aos mesmos; cumprimentou-os e ficou admirado quando percebeu que as aves não fugiram. Então, pediu para que as aves ouvissem a Palavra de Deus:

           

Entre muitas outras coisas, disse-lhes o seguinte: ‘Passarinhos, meus irmãos, vocês devem sempre louvar o seu Criador e amá-lo, porque lhes deu penas para vestir, asas para voar e tudo de que vocês precisam. Deus lhes deu um bom lugar entre as suas criaturas e lhes permitiu morar na limpidez do ar, pois, embora vocês não semeiem nem colham, não precisam se preocupar porque Ele protege e guarda vocês’. Quando os passarinhos ouviram isso, conforme ele mesmo e seus companheiros contaram depois, fizeram uma festa à sua maneira, começando a espichar o pescoço, a abrir as asas e a olhar para ele. Ele ia e voltava pelo meio deles, roçando a túnica por suas cabeças e corpos. Depois abençoou-os e, fazendo o sinal da cruz, deu-lhes licença para voar  (1Cel 21.58.6-10).

 

 

            Ao sair dali, Francisco começou a acusar-se de negligente, por não ter pregado antes para as aves, que tinham ouvido a Palavra de Deus com tanto respeito.

Isso fez com que passasse a exortar todos “os pássaros, animais, répteis e até as criaturas inanimadas, a louvarem e amarem o Criador, já que, por experiência própria, comprovava, todos os dias, como obedeciam quando invocava o nome do Salvador” (1Cel 21.58).

Assim, as criaturas irracionais obedeciam a Francisco. Certa vez, foi ao povoado de Alviano para pregar a Palavra de Deus.

 

 

 

Ao começar a pregar, foi interrompido por várias andorinhas: pediu silêncio aos pássaros e foi obedecido na mesma hora! Isso serviu de sinal para que as pessoas chegassem à conversão.

 

Esta relação de Francisco com os animais passou a ser comum: coelhos e lebres corriam para seus braços, peixes lhe escutavam... Os sinais de Deus eram evidentes em sua vida – certa vez, quando estava doente, abençoou um copo de água e este se transformou em vinho.

Após o milagre com os pássaros, foi para a cidade de Ascoli. Ali, sua pregação levou trinta homens (entre clérigos e leigos) a receberem, de suas mãos, o hábito da Ordem. 

Pessoas levavam pães para ele os abençoar; pães abençoados por ele eram guardados e dados às pessoas doentes que, ao comê-los, ficavam curadas; partes de suas vestes eram cortadas e levadas aos enfermos e muitos, também, eram curados.

Gualfredúcio, um cristão que morava com sua família em Città della Pieve, tinha consigo uma corda que Francisco já tinha usado em sua cintura: ele mergulhava a corda na água e dava esta água aos enfermos, de casa em casa, e todos eram curados.

Na cidade de Toscanela, Francisco ficou hospedado na casa de um senhor que tinha um filho único, que era coxo e extremamente fraco; por solicitação da família, Francisco orou e a criança foi curada.

Quando esteve em Narni, foi solicitado pelo bispo da cidade para ir à casa de um homem chamado Pedro, que estava paralítico há cinco meses; ao chegar e abençoá-lo, Pedro ficou imediatamente curado.

Na mesma cidade, uma mulher cega ficou milagrosamente curada com a bênção de Francisco. Em Gúbio, havia uma mulher que tinha as duas mãos paralisadas: Francisco tocou nas mãos e elas foram curadas.

Um frade padecia de uma doença atribuída a demônios (na verdade, era epilepsia): Francisco foi visitá-lo, orou, fez o sinal da cruz e ele ficou imediatamente curado.

No povoado de San Gémini, Francisco ficou hospedado com três discípulos na casa de um homem temente a Deus, que tinha uma esposa que sofria de ataques do demônio; depois de muita insistência, Francisco pediu para que cada frade ficasse no canto do quarto e repreendeu o demônio com as seguintes palavras: “Em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, mando-te, por obediência, ó demônio, que saias dela e jamais te atrevas a molestá-la” (1Cel 25.69) e, na mesma hora, a mulher ficou liberta.

Em Città di Castello, outra mulher possessa do demônio foi liberta pela oração de Francisco... 

            Os milagres na vida de Francisco foram resultados de uma vida de oração e piedade.

Ele tinha uma vida ativa na pregação, mas vivia em inteira disciplina de oração; procurava lugares desertos para poder viver o silêncio e a intimidade com o Senhor:

 

Seu porto seguro era a oração, que não era curta, nem vazia ou presunçosa, mas demorada, cheia de devoção e tranquila na humildade. Se começava à tarde, mal a podia acabar pela manhã. Andando, sentado, comendo ou bebendo, estava entregue à oração. Gostava de passar a noite orando sozinho em igrejas abandonadas e construídas em lugares desertos, onde, com a proteção da graça de Deus, venceu muitos temores e muitas angústias. Lutava corpo a corpo com o demônio, porque, nesses lugares, não só o tentava interiormente, mas, também, procurava desanimá-lo, com abalos e estardalhaços exteriores. Mas o valente soldado de Cristo sabia que o seu Senhor tinha todo o poder, e não cedia às amedrontações, dizendo, em seu coração: ‘Malvado, as armas da tua malícia não me podem ferir mais aqui do que se estivéssemos em público, na frente de todo mundo’ (1Cel 27.71.3 e 72.1-2).

 

O que você destaca no texto?

Como serve para sua espiritualidade?

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  

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